11 de abril de 2015

"Los Hermanos"

Como brasileiros possuímos uma grande tendência de rivalizar com nossos “hermanos” argentinos, e até mesmo odiá-los, fruto do legado forjado por guerras, competitividade no mercado externo e, é claro, pelo futebol.                           Para começar, somos países com certas semelhanças, como por exemplo o nome de nossos países, originados na exploração ibérica (Portugal e Espanha) que ambos sofreram, sendo o nome do Brasil originário de uma árvore, enquanto que o da Argentina vem da prata (do latim: argento). Ambos passaram por abusos de seus colonizadores que os tornam hoje países subdesenvolvidos. Também ambos passaram por implacáveis ditaduras e incontáveis golpes de Estado. Outra semelhança está na cultura, principalmente em relação ao sul do nosso país, já que o chimarrão e o vinho são as duas bebidas nacionais. Além de possuir grande influência na música gaúcha, sendo precursora de ritmos como a milonga, o chamamé e a chacarera.          
Há também uma forte presença da cultura italiana na Argentina, assim como no Brasil, influenciando na alta qualidade e produção do vinho argentino. Dados apontam que 52% da população descende direta ou indiretamente de italianos. Há um velho ditado que diz que: “argentinos são italianos, que falam espanhol e que pensam que são ingleses”.              Se engana quem pensa que o Brasil é constantemente caçoado por nossos vizinhos castelhanos, na verdade, o povo argentino é um povo muito pessimista e que mesmo culto (leem em média 12 livros por ano, enquanto que no Brasil lê-se apenas um),  acreditam até que nosso governo é menos corrupto que o deles...                                                         Sobre rivalidade, não somos o único rival, existe os “irmãos chatos”: Uruguai e Chile, e também a Inglaterra, com qual lutaram pelas Ilhas Malvinas em 1982. Após levar um “sacode” a Argentina se vingou em uma partida na Copa do Mundo de 1986, onde Maradona dois gols históricos (sendo um de mão, vale ressaltar).                                              Na verdade argentinos e brasileiros são irmãos, com seu sangue quente e latino e que vivem brigando constantemente, rindo do tropeço alheio, mas que na verdade possuem uma admiração recíproca e dependência mútua.

Gabriel Dalmolin

*Publicado no Jornal "O Corujão" - Rodeio-SC/ Junho de 2015.

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