9 de dezembro de 2014

Rodeio, uma cidade "italiana"?!


  Existe uma grande problemática ao dizermos que nossa cidade, Rodeio, é uma cidade legitimamente italiana. A verdade é que quando os imigrantes "italianos", os trentinos no caso, vieram se instalar no Vale do Itajaí, possuíam seu território pertencente ao Império Austro-Húngaro, território este que só se tornou italiano após a Primeira Guerra Mundial em 1918, como uma "conquista de guerra".
  A prova disso está nos sobrenomes tradicionais da cidade tais como Frainer, Pacher, Ochner, Uller e Moser, sobrenomes de origem austríaca, até porque, o sufixo "ER" não está presente na língua italiana e sim na germânica. Aliás há dados que mostram a grafia dos sobrenomes com "K", como "Packer", além da originalidade do sobrenome "Freiner", que deve ter sido substituído pelo ditongo "ai", já que o som da palavra é o mesmo. Para ser honesto, foram muitos os sobrenomes que foram "abrasileirados" no século XIX.
  Outro fator importante é a questão religiosa, Rodeio sempre teve como sua principal ordem religiosa a Ordem Franciscana, que teve como seus principais expoentes religiosos Frei Lucínio Korte e Frei Bruno Linden, ambos nascidos na Alemanha. 
  Mas afinal, somos herdeiros de um povo italiano? Austríaco? Ou alemão? É difícil dizer, pois a história desses povos está inteiramente ligado à uma teia sem fim, ou seja, somos a união de várias culturas que fundidas originaram esta cidadezinha tão adorada,nossa querida Rodeio.

Gabriel Dalmolin

*Publicado no Jornal "O Corujão" - Rodeio-SC/ Dezembro de 2014.

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