29 de outubro de 2012

Carta aos ares

Perdoa-me mas não sei seu nome,nem seu endereço,não sei sua idade nem qual sua cor preferida.Mas admito que foi difícil não reparar em você,seus olhos claros dengosos me despertavam tamanha curiosidade,o brilhar azul tilintava meu coração,e como consequência resultavam em sonoros apertos.Mas não há como negar que aquele olhar misterioso tinha segundas intenções, e que você estava completamente obcecada por mim.Nem nego o quanto me perseguiste por mais longe que eu fosse,e por mais repetidas vezes que eu te ignorava.Mas posso vos afirmar que eu sinto uma imensa vergonha,uma vergonha de mim mesmo,de minha atitude infantil e insolente.A minha curiosidade em relação a ti era tamanha,mas prevaleceu o meu orgulho retardatário.Sequer fui capaz de pedir o seu nome,que se fosse metade da sua beleza já estaria de bom tamanho.Fiquei loucamente encantado com aquele gesto de amor.Mas volto a repetir que uma força negativa sobressaiu se sobre mim e que esta força me fez proporcionar angustia á um coraçãozinho que só bem me quis.Essa força negativa,talvez seja o medo,a vergonha mas provavelmente foi o meu ego hipócrita que mas uma vez fez eu cair no rumo errado da trilha.Como eu estava louco de poder te acariciar,te olhar de perto e contemplar tua beleza exótica e de difícil redenção.Digo mais,não consegui sequer pregar o olho,em uma das piores noites da minha vida,sonhei com seu rosto,com seus olhos,e com seus lábios tocando loucamente os meus e transformando em uma chama que se propaga e se alastra pelos nossos peitos chamada paixão.E saber que tudo isto poderia ter acontecido com um simples gesto de "Olá,tudo bem?", "Qual é o seu nome?", e outros dizeres básicos que me levariam ao êxtase mas que ficarão apenas marcados em mais um dos meus desejos que jamais poderão ser realizados,por conta de caprichos meus,que parecem só me levar a dor,ao sofrimento e a retardação.

Gabriel Dalmolin

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