12 de agosto de 2012

Amazona

Aqui estou eu no topo do mundo meu suor é o sustento do meu sacrifício,vejo o rio cortando fronteiras,e o barulho dos tucanos tornando-se em cantejo.O sol se põe,transformando o dia em noite.Avisto de longe uma bela garota,pequena,com cabelos loiros escurecidos,olhos verde-azulados como o mar,corpo elegante e ereto e por fim seu sorriso sereno.O brilho do sol transfere o seu amarelado para os cabelos loiros,soltos como pássaros sem presilha alguma,onde o vento se afronta e faz eles dançarem,sendo os versos que escrevo a letra desta música.Mesmo não havendo mais som a não ser o bater de cascos de seu cavalo que parecia alado,pois seu galopar demasiado veloz transcrevia a poeira do chão batido em combustível para voar.Que belo alazão,pele cor de neve,com crinas macias e sedosas que me lembravam nuvens no poente.Aquela moça querida nada mais era do que a última amazona,exatamente como ouvira nas histórias gregas,sua coragem era tanta que enfrentava e desafiava a tudo e a todos,do mais perigosos dos centauros ao mais castigado dos anões.Suas roupas velhas,rasgadas e enlameadas,calça comum,regata verde clara e botas azuis escuras,nas quais realçavam ainda mais a beleza dos seus olhos,e tudo se mesclava com poesia.Foi então ai que descobri o ser mais perfeito do mundo,pois além de ser durona e valente,tinha seus medos,nas quais encontrava um jeito de destruí-los e dizimá-los.Mas também possuía formosa doçura,presava traços delicados e um amor fraterno e incomparável por seus prodígios,os animais e a natureza na qual vivera.Buscava salvar a todos os seus amiguinhos do mais simpático ao mais feroz.E foi a partir disto que surgiu uma grande amizade entre eu e ela,selando ela com nossas mãos entrelaçadas e com o compromisso de irmãos,não de sangue ou de criação,mas grandes irmãos de espírito.Anos se passaram e encontramos um pequeno e indefeso esquilo preso em uma armadilha de caçadores.Então decidimos salvá-lo,e eis que saltam de um recanto esquecido pior que um tigre feroz,caçadores armados,detendo um vasto arsenal.Enquanto eu enfrentava os mais vulneráveis,minha pequena irmã se confrontava com o líder do bando.Eram dezenas...mas na medida do possível caía por terra um por um,enquanto minha amazona se encontrava em perigo,quando me livrei da cambada,avistei de longe ela impondo sua adaga manchada de sangue e marcada por vingança contra seu rival,porém seu coração de ouro optou por poupá-lo,e ao virar as costas aquele ser maldito apunhalou-a por trás com uma flechada envenenada,cruzando o corpo da minha pequena guardiã.Ajuntei do chão a adaga,estampada pela sua vingança,e cortei a garganta daquele patife escroto,e logo corri em direção do rio,onde o corpo de minha amazona repousava em sono profundo,com meu pranto fazendo a água transbordar,peguei a mesma arma letal que jamais ferira alguém e cravei a mesma em meu peito de maneira voraz,agora nada mais sobrara deste mito,da nossa história,somente o rio eternamente tingido de vermelho e os gritos ecoantes de dor,dois irmãos de espírito unidos por seus ideais valorosos,porém agora separados pela ganancia do "homem",mas fica marcado em meu sangue como prova do fim,a estampa valente que herdei de minha irmã mais velha,sendo seu eterno escudeiro-aprendiz.

Gabriel Dalmolin

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